Sinopse
O ataque terrorista às Torres Gêmeas do World Trade Center chocou o mundo vinte anos atrás, mas, para uma família, esse atentado teve um gosto mais amargo. A destruição dos edifícios deu fim à vida de Victória, a principal suspeita de um crime brutal ― sem que ela tivesse a chance de se defender. E sua irmã, Emma, ainda tinha um assunto pendente: naquele momento extremo, pouco antes de o prédio desabar, Victoria conseguiu realizar uma última ligação pedindo que Emma a ajudasse a provar sua inocência. O caso fica abandonado por duas décadas, até que a evolução das técnicas forenses possibilitou a identificação do DNA de uma das vítimas dos ataques ― justamente da mulher que foi considerada culpada pelo assassinato de um conhecido escritor. Avery Manson, uma famosa apresentadora de TV, vê no caso uma oportunidade de alavancar ainda mais a sua carreira. Seu faro jornalístico a leva até Emma, e ela decide fazer o que for preciso para reabrir o caso, expor as falhas da polícia e descobrir se Victoria era ou não inocente. Avery não imaginava que seria preciso remontar um complexo quebra-cabeça para se chegar à verdade. E ela própria guarda também muitos segredos que, na busca insaciável por conseguir uma ótima história, podem ser expostos e destruir todo o sucesso que conquistou. Para quem ama os clássicos de Agatha Christie ou adora suspenses e personagens misteriosos e envolventes. Procure nas cinzas, lançamento da Faro Editorial, cria um emaranhado de tramas e personagens interessantes, capazes de tudo, e que irão fisgar os leitores até as últimas páginas.
Sobre o livro
Título: Procure nas cinzas
Título original: Twenty Years Later
Autor: Charlie Donlea
Editora: Faro Editorial
Páginas: 356
Gênero: Thriller, suspense, crime, literatura estrangeira, romance policial
Publicado em: 2021
Autor: Charlie Donlea
Editora: Faro Editorial
Páginas: 356
Gênero: Thriller, suspense, crime, literatura estrangeira, romance policial
Publicado em: 2021
Resenha
Procure nas cinzas é os sexto livro de Charlie Donlea e foi publicado pela Faro Editorial em 2021. Os livros do autor podem ser lidos separadamente, mas sempre recomendo ler pela ordem de lançamento porque às vezes cita acontecimentos de livros anteriores. Esse mesmo, cita um fato que aconteceu no livro "Nunca saia sozinho" e acaba tendo um pequeno spoiler. Não é grande coisa, mas gosto de deixar avisado.
Quem já leu os outros livros do autor, deve conhecer a dupla Rory e Lane, que aparecem no livro "Uma mulher na escuridão". Nesse livro vamos conhecer outra dupla: a Avery Manson, uma jornalista e apresentadora do programa America Events; e Walt Jenkins, ex-detetive do Departamento de Homicídios.
A história desse livro se inicia no dia 15 de julho de 2001 nas Montanhas Catskill, dois meses antes do Onze de Setembro (o atentado terrorista as Torres Gêmeas do World Trade Center). Na época, Walt Jenkins era um jovem detetive e havia recebido seu primeiro caso no Departamento de Homicídios, e a cena do crime era horripilante.
A vítima era o famoso escritor Cameron Young, que estava pendurado por uma corda em seu pescoço, nu, em uma varanda do segundo andar. Na cena do crime, havia uma faca, sangue, marca de batom em uma taça e urina, e todas essas evidências apontavam para apenas uma suspeita: Victoria Ford.
Victoria e seu marido, Jasper, eram amigos de Cameron e sua esposa, Tessa. Acontece que Victoria além de amiga, era amante dele. A motivação dela ter cometido ese crime seria uma crise de ciúme e ódio por Cameron tê-la induzido a fazer um aborto e depois descobriu que ele havia engravidado a própria esposa, mesmo prometendo se separar dela.
Em pouco tempo, o crime estava sendo noticiado na televisão e em todos os jornais, afinal, tinha tudo o que a mídia gosta: traição, um famoso assassinado em um crime bárbaro. Para o público, ela era considerada culpada antes mesmo do julgamento acontecer.
Victoria jurava ser inocente e buscava desesperadamente uma forma de provar isso, mas acabou que não conseguiu porque o caso foi inesperadamente encerrado quando ela, durante uma reunião com seu advogado no World Trade Center, foi uma das vítimas que perdeu a vida nos ataques terroristas do 11 de setembro. Com o falecimento da principal suspeita, o caso acabou sendo arquivado.
Vinte anos depois, conhecemos Avery Manson, que tem trinta e dois anos e era a mulher mais jovem a ancorar o America Events, a revista eletrônica mais popular do horário nobre da TV. Mack Carter fora o âncora popular e de longa data do AE, mas faleceu no ano anterior, 2020, durante a cobertura dos massacres na Escola Preparatória de Westomont. A emissora recorreu a ela para ocupar o lugar de Mack e desde que assumiu essa posição, o índice do programa foram as alturas e se manteve em primeiro lugar de audiência.
Seu talento, seu carisma e o conteúdo do programa mantiveram a audiência elevada e Avery sabia que tinha potencial de aumentar ainda mais, mas seu contrato está chegando ao fim. Além de querer renovar, ela quer ser valorizada da mesma forma que o Mark ou até mais que ele e não aceita essa desvalorização salarial somente por ela ser mulher.
Avery, em busca de uma matéria grandiosa, ela vai até Nova York para descobrir informações sobre o DNA de uma das vítimas do atentado terrorista no World Trade Center que foi identificado vinte anos depois graças aos avanços da tecnologia.
Era Victoria Ford.
Avery vai até a irmã de Victoria, Emma Kind, para conseguir uma matéria emocionante sobre a vida de uma das pessoas que perderam a vida no atentado, mas Avery só não imaginava que Victoria Ford, pouco ante de morrer, estava sendo acusada do assassinar o escrito Cameron Young.
“Acredito piamente no destino — Emma disse. — Tudo acontece por uma razão. Acredito que o destino trouxe você até minha porta. Victoria me pediu para limpar seu nome. Ela não queria ser lembrada como uma assassina. Ao longos anos, não tive muito sucesso em refutar qualquer parte do processo contra Victoria. O sangue, a urina ou qualquer outra prova. Mas também não tive muita ajuda. Quem sabe isso não esteja prestes a mudar?”
Ela descobre que Emma tem mensagens que sua irmã gravou no dia do atentando, implorando para que ela prove a sua inocência e que estão fazendo de tudo para a punir de um crime que não cometeu.
“Encontre um jeito, Em. Encontre um jeito de provar isso. Por favor. Encontre um jeito de provar ao mundo que não sou o monstro que pintaram. Tenho que ir agora. Eu te amo.”
Quando Avery começa a investigar o passado de Victoria, ela descobre que o caso havia sido arquivado, já que uma das únicas suspeitas do caso havia falecido. E quanto mais ela se aprofunda nessa história, mais ela fica intrigada e convencida de que talvez a polícia não tenha investigado direito.
Mas como provar a inocência de uma pessoa que morreu há 20 anos?
É aí que entra Walt Jenkins.
Ele mora atualmente na Jamaica, longe de tudo e todos, mas ele volta aos Estados Unidos uma vez por ano para participar de um evento para sobreviventes de tragédias, e depois some por mais um ano. Jenkins é um ex-agente do FBI aposentado precocemente após perder o seu parceiro em uma ação e ele foi o detetive do caso Cameron Young, e agora, depois de anos, sua participação no caso serão necessários novamente. Avery e Jenkins, juntos, irão descobrir que esse caso é mais complicado do que eles imaginam.
Preciso dizer que sou fã do Charlie Donlea?
Sim, preciso! Sou muito fã de carteirinha e sempre compro seus livros físicos quando posso (que foi até o caso desse aqui). Tem personagens que moram no meu coração até hoje, para vocês terem ideia. Sou muito suspeita para falar dos livros dele porque eu amo todos, não tem nenhum que eu não tenha gostado ou gostado menos. Até "A garota do lago" que eu vejo muitos falarem super mal e que é sempre vendido pela Amazon por um preço muito barato (quero esse valor em loja física, mas cadê que botam?), foi aprovadíssimo por mim.
Mas se tem uma coisa que eu vou dizer e não é mentira, é sobre as reviravoltas que esse livro tem. Aliás, não é só esse livro não, todos os livros dele tem reviravoltas de deixa sua boca aberta. Inclusive, o final desse livro é de explodir a nossa mente. Eu, que tenho uma memória péssima, ainda me recordo do final dele, de tão marcante que é.
O livro é dividido em seis partes que alterna entre passado e presente para te ambientar e fazer você conhecer os personagens. Também tem narrativas de alguns acontecimentos sem revelar os personagens, como em outros livros dele. Uma novidade é que o autor inseriu pela primeira vez um romance entre seus personagens, e diferente dos seus outros livros, nesse aqui, a história não fica em torno do assassinato de Young e sobre a inocência ou culpa que a Victoria tem no caso. Dessa vez, a trama dos personagens se entrelaçam e formam outros tramas paralelamente.
Outra coisa que o autor sempre utiliza em seus livros é os meios de comunicação na narrativa. No livro "Não Confie em Ninguém', ele utiliza a linguagem de documentário de TV - eu amei essa forma de narrativa do autor -, em ''Nunca saia sozinho'' ele utiliza o podcast, que para o ano que se passa a história era bem atual, e nesse aqui ele nos mostra os bastidores da TV. As negociações, como transformar um crime em audiência e que prenda a atenção do telespectador. E falando em público, se tem um assunto que mexe bastante com a gente até hoje - mais ainda com os americanos - é sobre o atentado terrorista às Torres Gêmeas, quando o mundo praticamente parou para assistir sobre essa tragédia.
Embora a história desse livro seja ficção, o autor abordou alguns fatos atuais nesse livro. Vocês sabiam que até hoje os cientistas trabalham para identificar as vítimas por meio do DNA? Cada caminhão do entulho das torres foram peneirados e pedaços de ossos foram armazenados para serem identificados. Eu realmente não fazia ideia de nada disso. Inclusive, em 2021 duas vítimas foram identificadas, e em 2022 também mais duas vítimas, graças aos novos recursos por causa do avanço da tecnologia. É muito comovente saber que os cientistas não desistiram. É tão triste saber que muitas famílias ainda esperam uma conclusão...
Sobre os personagens, todos eles escondem segredos, carregam traumas e culpas. Algns vocês vão amar, outros odiar, mas faz parte.
A Avery é uma personagem forte e muitas vezes fica em destaque na história. Ela também não deixa nenhum rastro seu - nem usa cartão de crédito - e não quer que informações sobre o seu passado vazem, o que vai ser bem difícil, já que seu rosto está aparecendo na TV. Uma coisa que eu gostei bastante foi como o autor abordou o machismo através da Avery.
“Nova York guardava os erros e as dores do seu passado, e ele acreditava, como a maioria das pessoas, que para superar aqueles erros e aliviar a dor precisava fugir deles. Mas aquilo não era verdade. Para consertar as coisas, ele precisava enfrentá-las. Enquanto estava decidindo a melhor maneira de fazer aquilo, uma operação surgiu do nada.”
O Walt é um homem sensato, mas vive isolado na Jamaica, mas não tão bem escondido assim, porque o FBI o encontra bem rápido e o chama para voltar a investigar o caso Cameron Young devido as novidades do caso e não fugiu quando o dever bateu a sua porta. Não comentei lá em cima, mas ele investiga o caso tanto com a Avery, quanto para o FBI.
E como em todo livro investigativo, eu tento bancar o detetive e solucionar o caso, mas não levo muito jeito porque nunca consigo (eu já deveria ser uma expert no assunto). Ainda Charlie nos engana e acaba sempre nos surpreendendo no final.
Se você procura um bom livro de suspense e quer conhecer os livros do autor, esse é um bom livro para você começar.
Já estou ansiosa para ler o último lançamento do autor, não vejo a hora!!
Confira outros livros do autor:
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