Livro: A ilha de Adrian McKinty [Resenha + Arquivos]


 Sinopse 

Depois de se mudar de uma cidade pequena para Seattle, a jovem Heather se casou com Tom Baxter, um médico recém-viúvo com um filho e uma filha adolescentes. A relação entre Heather e os jovens não é boa, por isso acompanhar Tom a um congresso na Austrália em uma espécie de férias em família parece a oportunidade perfeita para se aproximarem. No entanto, assim que chegam ao destino, tudo que os adolescentes exaustos e com jet lag querem é distância da madrasta.

Então a família descobre a ilha Holandesa, um lugar fora da rota turística que parece uma verdadeira aventura, longe dos celulares e do Instagram. Por isso, Tom, Heather e os jovens logo arrumam um jeito de entrar na balsa que faz a travessia do continente até lá.

Mas, assim que colocam os pés na ilha, onde todos os moradores pertencem a uma mesma família, o clã O’Neill, parece que há algo de errado. E um terrível acidente faz a situação dos Baxter passar de um leve desconforto para um pesadelo indescritível.

Heather e os adolescentes acabam se separando de Tom, sendo forçados a escapar sozinhos de perseguidores implacáveis. Agora, cabe a Heather garantir a própria segurança e a dos enteados, mesmo que eles não confiem nela, porque, nessa ilha inóspita, a família O’Neill não é o único perigo à espreita.

Por toda a sua vida, Heather foi subestimada, mas ela sabe que é a única capaz de manter a família unida e se tornar a mãe tão desesperadamente necessária àqueles jovens, mesmo que isso signifique fazer o impensável para mantê-los vivos.

Sobre o livro 

Título: A ilha
Título original: The Island
Autor: Adrian McKinty 
Editora: Record
Gênero: Suspense, Thriller
Páginas: 350 
Publicado em: 2023


Resenha


"A Ilha'' é um livro do autor irlandês Adrian McKinty - o mesmo autor que escreveu "A Corrente", que inclusive tem aqui no blog - e lançado aqui no Brasil pela editora Record em 2023. 

No livro conhecemos Heather Bexter. Ela tem 24 anos e se mudou para Seattle tem poucos anos. Ela conheceu e se casou com Tom, um médico viúvo que é um pouco mais velho que ela e tem dois filhos, uma adolescente chamada Olivia e um filho de 12 anos chamado Owen. 

Os dois ainda sentem muita falta da mãe e não aceitam ainda a Heather tão bem. E nada melhor do que uma viagem para aproximarem as crianças dela e eles conhecerem ela um pouco melhor. Tom vai participar de um congresso médico na Austrália, e enquanto ele estivesse ocupado, as crianças iriam com a Heather conhecer um pouco mais da Austrália. 

No primeiro dia, enquanto Tom está fora, as crianças tiraram um cochilo e depois tomaram sorvete e foram para a praia. Mas no dia seguinte, os dois estavam chateados porque não viram animais por lá. Nem canguru e nem coala. Tom queria ficar em casa e focar em sua palestra ou ir na península de vinho, mas decidiu levar todos para passear e ver se viam os animais que as crianças tanto queriam ver.

Depois de algumas horas de viagem, eles não viram muita coisa, somente alguns pássaros e corvos, animais nada interessantes na visão dos filhos. Quando eles pararam em uma banquinha de comida, as crianças estavam revoltadas por não terem visto os animais. Dois desconhecidos que também estavam lá, acabaram ouvindo as frustações das crianças e disseram que havia um lugar onde eles poderiam ver esses animais. Era uma ilha que ficava não muito longe dali. Tom queria voltar para casa e estudar a sua palestra, que seria transmitida através do Youtube, mas devido a insistência das crianças, ele paga o valor cobrado pelos dois homens e atravessam em uma balsa, juntamente com outro casal de holandeses que estavam lá. 

No entanto, o que era para ser uma exploração e aventura em família, vira um pesadelo quando eles se envolvem em um acidente de carro que acaba tendo uma vítima fatal. Agora os moradores da ilha culpam Tom e sua família pelo que aconteceu e querem vingança. 

A família e o casal holandês se tornam reféns (lê-se presas) dos moradores da ilha, que na verdade são uma grande família. Tom acaba sendo separado da família, e agora cabe a Heather salvar a si mesma e as crianças daquela ilha, mesmo que eles não confiem nela e ela irá fazer o impossível para mantê-los vivos. 


Descobri por acaso que esse autor tinha lançado esse livro. O primeiro livro que li dele foi "A Corrente" e eu recomendo ele a todo mundo de tão bom que eu achei que ele é, simplesmente ele explodiu a minha cabeça e até hoje, apesar de ter lido há alguns anos, eu ainda lembro o final, de tão marcante que é. 

Então, como havia gostado tanto desse, achei que iria ser tão bom quanto, mas foi aí que me enganei. Pela sinopse, a história tinha tudo para ser muito boa, mas não achei que fosse um suspense "eletrizante", que me prendesse do início ao fim, muito menos consegui me apegar aos personagens, sendo que eu deveria sentir algo, afinal, eles estão lutando por suas vidas. Eu só queria saber como eles iriam sair daquele local. 

Começando por Olivia e Owen, que adolescentes mimados. Nada os agrada. Nada que Heather fale ou faça está bom para eles. Eles veem Heather como alguém inferior, porque Heather não teria concluído o ensino médio. São dois insuportáveis o livro todo e ás vezes mais atrapalha do que ajuda. Em vez de obedecer e fazer o que está mandando, querem fazer o que querem como se fossem dois adultos, sendo que são dois pirralhos. Eu entendo que eles estão passando um luto muito forte porque a mãe deles morreram um ano atrás - na história -, e é óbvio que a madrasta não é como a mãe e nunca será, mas ela pode ser alguém com quem eles possam contar. A sorte deles é que Heather é uma pessoa boa, porque se fosse outra, iria deixar eles dois lá e iria lutar pela própria vida, já que eles não são filhos dela. 

Simplesmente, Heather carrega o livro nas costas. Ela é inteligente, forte, tem sede de viver e sabe algumas dicas de sobrevivências em um lugar como aquele em que estão presos. 

"Paciência era uma arma. E, para quem espera o bastante, o amanhecer sempre chega."

Sobre os moradores da ilha, eles não tem muito contato com outros seres humanos de fora da ilha. Eles vivem com suas próprias regras - até diferentes da maioria - e quando eles se sentem ameaçados, eles mostram o seu pior lado - o mais horrendo do ser humano. Um exemplo é que a ilha onde essa família vive, não pertence a eles, na verdade era de povos originários e eles simplesmente usaram da violência para expulsá-los e se tornaram os donos do local. Eles fazem coisas insanas, e até meio sádicas. 

Sobre a escrita, eu achei o início bem estruturado, começa até bem, mas tem uma hora que você não aguenta mais aquela aflição e não aguenta mais aquela - maldita - ilha, afinal, a ambientação do livro é praticamente quase toda lá. Pensei que o final iria até salvar o livro, mas ficou bem irreal - bem impossível, tal qual acontece em velozes e furiosos 9 quando eles vão se parar no espaço de carro. Também não gostei de alguns diálogos, teve momentos que não dava a impressão de ser realista. Alguns momentos também são bem previsíveis e para o gênero eu acho que tem que surpreender mais o leitor. 

O momento que eu gostei foi uma reviravolta que tem sobre um personagem e o final poderia ser muito melhor, mas matou minha curiosidade de saber como eles ficaram depois do final, mas o livro deixou a desejar. Vale lembrar que o livro contém cenas de violência contra pessoas e animais e estupro. Pode ser que tenham cenas que sejam difíceis para alguns leitores lerem. 

O livro tem horas que te deixa tensa(o), sem fôlego, com crise de ansiedade (e isso é sério). A minha vontade maior era parar tudo, sair daquela ilha e pular para o final porque não aguentava mais aquele sofrimento. Mas empurrei e li até o fim, porque achei realmente que iria ser bom, mas ano passado me mostrou que até os melhores escritores também lançam alguns livros que não são tão bons. Tem uns que lançam livros maravilhosos um atrás do outro, mas tem outros em que isso acontece. 

Lembrando que é a minha opinião, tem gente que não gostou de "A corrente" sendo que eu amei! Vai de pessoa para pessoa. Mas entre esse e A Corrente, eu indico mais esse do que A ilha, mas a melhor coisa a se fazer é baixar os dois e tirar a própria conclusão.  

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