Sinopse
Um comovente e hilário livro de memórias da estrela Jennette McCurdy sobre suas lutas como ex-atriz infantil – incluindo distúrbios alimentares, vícios e o complicado relacionamento com sua mãe autoritária – e como retomou o controle de sua vida. Jennette McCurdy tinha seis anos quando realizou seu primeiro teste para atriz. O sonho de sua mãe era que sua única filha se tornasse uma estrela, e Jennette faria qualquer coisa para deixá-la feliz. Então obedeceu ao que a mãe chamava de “restrição calórica”, comendo pouco e pesando-se cinco vezes por dia. Também sofreu extensos procedimentos estéticos “caseiros”, como na passagem onde a mãe insistia que Jennette tingisse os cílios: “Seus cílios são invisíveis, sabia? Você acha que a Dakota Fanning não pinta os dela?” Jennette chegou ao cúmulo de ser banhada pela mãe até os dezesseis anos, além de ser forçada a mostrar o conteúdo de seus diários e e-mails e compartilhar toda a sua renda. Em Estou Feliz que Minha Mãe Morreu, Jennette narra tudo isso em detalhes – assim como o que acontece quando o sonho finalmente se torna realidade. Lançada em uma nova série da Nickelodeon chamada iCarly, ela foi impelida à fama. Embora sua mãe estivesse em êxtase, enviando e-mails aos moderadores do fã-clube e tratando os paparazzi pelo primeiro nome (“Oi, Gale!”), Jennette sentia muita ansiedade, vergonha e autoaversão, que se manifestavam na forma de distúrbios alimentares, vícios e uma série de relacionamentos tóxicos. Tais problemas só pioraram quando, logo após assumir a liderança no spin-off de iCarly, Sam & Cat, ao lado de Ariana Grande, sua mãe veio a falecer de câncer. Finalmente, depois de descobrir a terapia e parar de atuar, Jennette embarcou na recuperação e passou a decidir, pela primeira vez na vida, o que realmente queria. Narrada com franqueza e humor ácido, Estou Feliz que Minha Mãe Morreu é uma história inspiradora de resiliência, independência e a alegria de poder lavar o próprio cabelo.
Sobre o livro
Páginas: 304
Resenha
"Estou feliz que minha mãe morreu'' é um livro de memórias de Jennette McCurdy. Ela ficou conhecida por seu papel como Sam Puckett na série de televisão da Nickelodeon chamado iCarly e trabalhou ao lado de Miranda Cosgrove e Nathan Kress. Sua personagem conquistou o público por seu temperamento forte e seu humor sarcástico e a série ficou no ar de 2007 a 2012.
Além de iCarly, ela estrelou o spin-off chamando Sam & Cat, ao lado da atriz e cantora Atiana Grande, que era uma combinação das personagens da série iCarly e Victorious. A série teve apenas uma temporada e foi ao ar de 2013 a 2014. Após a conclusão da série, ela optou por se afastar um pouco da atuação para focar em outras áreas e interesses pessoais.
Jannette também se aventurou na direção e produção, trabalhando em projetos independentes e também teve uma carreira no ramo musical e lançou alguns singles ao longo dos anos.
"Estou feliz que minha mãe morreu'' é seu primeiro livro, foi lançado em 2022 e esgotou em 24 horas após o lançamento. O livro é dividido entre o "antes" e "depois" da morte de sua mãe. Jennette narra sua infância a partir do seu olhar de criança e seus sentimentos na época. Conforme ela vai crescendo, suas perspectivas mudam e aos poucos ela vai percebendo que foi levada a uma vida que não era exatamente o que desejava.
"Anotado. Eu como escritora deixo minha mãe infeliz. Eu como atriz deixo minha mãe feliz.''
Jennette sempre gostou de escrever e na verdade nunca quis ser atriz , mas ela entrou nesse mundo por causa da mãe, que enxergava nela a possibilidade de realizar o seu próprio sonho de ser famosa. Para alcançar esse objetivo, colocou a filha em aulas de dança e canto durante a semana e a levava para inúmeros testes. Uma rotina exaustiva para uma criança que não tinha tempo de ser criança, mas ela fazia de tudo para deixar a mãe feliz, mesmo incomodada com as câmeras, com a atenção e principalmente com a atuação.
"Eu não estava particularmente familiarizada com a diversão. A vida é coisa série. Tem muita coisa acontecendo nesse lugar. Estar preparada, trabalhar duro e ir bem são muito mais importantes do que a diversão''.
Todo o empenho de Debra dá certo e Jennette vai parar na Nickelodeon. É nessa época ela desenvolve os distúrbios alimentares - herdados da mãe... - e passa a enfrentar anorexia e bulimia. Incentivada pelos elogios da mãe sobre seu corpo magro e pequeno, ela passa a se privar de comida para adiar a puberdade e impedir seu corpo de deixar de ser criança...
"Sou pequena. Sei que sou pequena. Mas temo que meu corpo esteja combatendo esse fato. Está tentando se desenvolver. Crescer. Sinto que mal consigo me agarrar ao meu corpo infantil e à inocência que advém dele. Tenho pavor de ser vista como um ser sexual. É nojento. Não sou assim. Sou isso aqui. Sou uma criança.''
A presença dominante de Debra na família acaba gerando sentimentos ambíguos entre mãe e filha. Desde criança, Jennette via a mãe como um exemplo de beleza e moralidade, e via o vínculo delas como algo essencial em sua vida, como uma bênção. As situações abusivas que ocorriam com ela como os exames ginecológicos realizados por Debra até ela fazer 17 anos - devido ao histórico de câncer de mama da mãe, que ela lembrava frequentemente a família -; suas explosões e insultos e até mesmo os comportamentos anoréxicos que ela ensinou a Jennete, todos esses atos abusivos foram interpretados como "demonstrações de amor''.
"Ela queria essa vida. E eu queria que ela a tivesse. Queria que ela fosse feliz. Mas agora,que consegui, percebi que ela está feliz e eu não. Sua felicidade veio ás custas da minha. Eu me sinto roubada e explorada."
A vida de Jennette não foi fácil com a mãe presente e muito menos depois dela falece porque apesar de morta, Debra continuava a assombrá-la em suas memórias...
"A mãe que eu conheço é a pessoa sentada na minha frente, enérgica, vigorosa e ás vezes até cruel. Essa é a mãe que eu conheço.
Em seu livro, Jennette também conta detalhes de como foi crescer em uma família mórmon pobre no interior da Califórnia, cercada de moralismo e lixo, já que sua família era acumuladora. Ela também fala sobre seu relacionamento com seu pai - que a mãe o tratava como se fosse um nada -, suas relações amorosas, suas amizades com seus colegas de trabalho - fiquei chocada com o que ela achava da Ariana Grande e sua amizade com Miranda, que foi a única coisa boa que aconteceu no período de iCarly.
"Mas o mundo não me deixa amadurecer. O mundo não me deixa ser outra pessoa. O mundo quer que eu seja apenas Sam Puckett."
Através de Sam, ela nos arrancava sorrisos com seu humor nas telas, mas nos bastidores, além do que ela já passava com a mãe, sofreu ainda mais abuso emocional e manipulações do Criador, é assim que ela se refere a Dan Schneider em seu livro, o ex-produtor da Nickelodeon. É muito tenso e extremamente nojento saber o que ele fazia nos bastidores. É totalmente compreensível ela ter desistido de atuar...
"Milhões de pessoas sonham em ser famosas, e cá estou, famosa e odiando. De certa forma, sinto ter direito ao meu ódio, visto que não fui eu quem sonhava em ser famosa. Era a minha mãe. Ela me impôs isso."
Jennette tem uma forma única de contar a sua história, e deixa a escrita de maneira leve e rico em detalhes, apesar do conteúdo sensível. Nunca tinha lido uma biografia antes, mas resolvi ler o da Jennette para saber algumas curiosidades sobre os bastidores da série que fez parte da minha adolescência, para saber como foi que ela entrou no mundo artístico e me surpreendi por ela não querer nada disso, achava que ela seria daquelas que "sempre sonhou" com essa vida.
Sempre fui curiosa para saber mais sobre atrizes que entraram nesse ramo desde pequenas, já sabia que não era algo fácil, mas não imaginava o quão podre é essa indústria. Por isso que muitos fazem apenas um papel e somem, desistem de atuar e sorte daqueles que entraram na carreira e tiveram os pais por perto acompanhando tudo.
Jennette sofreu e muito, mas é lindo ver que ela se recuperou, superou e mostra que é possível sim dá a volta por cima apesar de tanto abuso sofrido. Buscar ajuda é essencial!! E sabe de uma coisa?
Eu também estou feliz que a mãe dela morreu...
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